Mês: junho 2025

Integração de saberes tradicionais na bioeconomia abre programação de painéis do 2° dia do Txai Amazônia

Integração de saberes tradicionais na bioeconomia abre programação de painéis do 2° dia do Txai Amazônia

Painel mediado por Terezinha Aparecida Borges Dias aborda a importância dos povos indígenas na conversa econômica O segundo dia (26/06) do Seminário Internacional Txai Amazônia abriu espaço para diálogos profundos sobre os limites da ciência e a potência dos saberes tradicionais. A conversa propõe refletir sobre como o conhecimento técnico-científico e os saberes tradicionais podem caminhar juntos na formação de novas gerações e estratégias produtivas na região. Quem abriu a programação da manhã foi o painel “Integração de saberes: ciência, tradição e qualificação para a bioeconomia amazônica”, mediado pela pesquisadora da Embrapa, Terezinha Aparecida Borges Dias. Ela, que tem mais de três décadas de atuação em territórios indígenas dentro da Embrapa, compartilhou: “Esse painel traz o contexto da ética na relação interétnica. É extremamente importante refletir sobre isso, especialmente para garantir o protagonismo dos povos indígenas sobre seus próprios conhecimentos e os produtos gerados a partir deles”, afirmou. Ética na troca de saberes No painel também estavam presentes Ana Luiza Arraes de Alencar Assis, coordenadora do departamento de Patrimônio Genético (CGen/MMA), e Gersem José dos Santos Luciano, coordenador-geral de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação (MEC). “No Brasil, isso está relacionado à questão do consentimento prévio e informado, e à repartição justa e equitativa dos benefícios”, disse Terezinha. Terezinha também resgatou momentos marcantes de sua carreira, como a construção do primeiro processo formal de anuência prévia no Brasil, em meio a disputas entre instituições por acesso a recursos genéticos da floresta. Para ela, o respeito às culturas e às formas de obtenção do conhecimento tradicional é inegociável. “A gente vem também nesse contexto dessa reflexão da ética nas relações interétnicas, que passa pela nossa relação com os nossos colegas de trabalho, com as nossas instituições, sejam públicas ou não, que contribuem para a evolução da bioeconomia”, concluiu a painelista. “Por esse caminho do antropocentrismo, a gente tem poucas soluções; precisamos prestar atenção nos povos indígenas”, declarou o painelista Gersem José.   Nesta quinta-feira (27), o seminário segue com foco em juventudes, integração de saberes e tecnologias sociais, ampliando os horizontes para uma Amazônia que pensa e decide sua existência.

Tradição e inovação: empreendedores da Amazônia expõem riqueza da sociobiodiversidade no Acre

Tradição e inovação: empreendedores da Amazônia expõem riqueza da sociobiodiversidade no Acre

Com objetivo de fomentar a economia regional, o Txai Amazônia promove, durante a programação gratuita do evento, uma feira com empreendedores que trabalham em conexão com a bioeconomia. O seminário acontece até sábado, 28, no eAmazônia, na Universidade Federal do Acre (Ufac). Um espaço foi dedicado aos empreendedores que trabalham com biojoias, óleos essenciais, marchetaria, produtos de látex, cestarias, capim dourado e artesanato indígena. Um dos destaques da sociobiodiversidade em Epitaciolândia, interior do Acre, é o José Rodrigues de Araújo, conhecido como Doutor da Borracha, artesão de produtos de látex, um dos principais produtos da história do estado, material retirado da seringueira. Na feira, a marca, criada em 2004, é representada pela Lene Campos, esposa do artesão, que destaca a importância de comercializar os produtos no Txai Amazônia e apresentar para quem não conhece. “Para nós é gratificante apresentar o nosso trabalho para fora do país, como tem muitos de outros países aqui, e de outros estados. É muito importante e está sendo bem aceito os nossos produtos”, explica. Para o evento, há sapatos, pulseiras, colares, brincos, chaveiros e anéis de látex para comercialização. Além da borracha, outro destaque são os artesanatos indígenas, dos povos Shanenawa e Huni Kuin, por meio da loja Rautí. Com os saberes ancestrais, o empreendimento comercializa brincos, braceletes, anéis, tornozeleiras e outros acessórios. Jessica Shanenawa explica que a loja possui artesanato de mais de quatro famílias que não possuem condições de vender os produtos fora das suas terras. “Eles passam os acessórios para que nós possamos vender para eles. Nestes quatro dias estamos no Txai Amazônia e consideramos importante. Nós desenvolvemos e ganhamos nosso dinheiro com produtos feitos à mão, artesanal, com sementes e penas de pássaros”, ressalta. Além dos acessórios, o empreendimento também traz a pintura indígena, com jenipapo, que tem ganhado destaque entre os visitantes. De Tocantins, a Casa Dourada é um dos empreendimentos da feira. Eliene Bispo, presidente da Associação Dianopolina de Artesãos (ADA), coordena a loja. “A Casa Dourada surgiu por meio de uma parceria entre a Secretaria de Cultura e a Prefeitura de Dianópolis, diante da necessidade de um ponto turístico e do reconhecimento ao artesanato de Capim Dourado. Seu propósito é dar visibilidade ao artesanato e promover a integração da sociedade”, fala sobre a caminhada do grupo até aqui. A ADA surgiu com o objetivo de fortalecer a tradição local e gerar renda por meio do artesanato. O capim dourado, planta típica do Cerrado, é trabalhado com técnicas sustentáveis, respeitando o ciclo natural de colheita e com licença ambiental regularizada. Os integrantes produzem biojoias, peças decorativas e acessórios que já circularam em eventos estaduais, nacionais e até internacionais.

Txai Amazônia: mostra celebra cultura amazônica com Jabuti Bumbá, música e dança

Txai Amazônia: mostra celebra cultura amazônica com Jabuti Bumbá, música e dança

O tradicional grupo Jabuti Bumbá encerrou as apresentações culturais da tarde desta quinta-feira, 26, do Txai Amazônia. A apresentação mistura música, dança e teatro com mensagens de preservação e resistência. A Mostra Cultural reúne artistas e fazedores de cultura. Na manhã desta quinta-feira, 26, o teatro ficou por conta do Grupo Candeeiro, com a peça Afluentes Acreanas, vencedora do Prêmio Arcanjo de Cultura. Em seguida, o coletivo TRZ Crew realizou uma vivência com grafite, música e poesia. O Jabuti Bumbá é um grupo cultural popular do Acre que utiliza a dança, o teatro e a música para celebrar a identidade amazônica e promover a conscientização ambiental. Durante a tarde, o palco foi tomado pela performance Corpo Terreiro, da artista Joy Ramos. Finalizando a tarde, a DJ Cau Bartholo realizou mais uma apresentação com músicas da Amazônia.

Ministro das relações exteriores chega ao Acre e participa do Seminário Internacional Txai Amazônia

Ministro das relações exteriores chega ao Acre e participa do Seminário Internacional Txai Amazônia

Chegou ao Acre, nesta quinta-feira, 26, o ministro de Relações Exteriores do Brasil e coordenador Nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviários Bioceânicos (MRE), Carlos Parkinson. Em Rio Branco, Parkinson participa do Seminário Internacional Txai Amazônia, no eAmazônia da Universidade Federal do Acre (Ufac). Pela manhã, o ministro visitou os estandes dos empreendedores da bioeconomia Amazônia, que estão expondo seus produtos no Txai Amazônia, e acompanhou as discussões dos painéis temáticos. A agenda de Carlos se mantém no seminário até a sexta-feira, 27, quando ele participa do painel “Cooperação para o Desenvolvimento da Bioeconomia Pan-Amazônica: Rota de Integração Regional e Internacional”, às 9h. O Seminário Internacional Txai Amazônia tem como objetivo consolidar-se como uma plataforma de articulação intersetorial, promovendo a integração entre governo, setor privado e comunidades tradicionais. A programação inclui debates sobre financiamento, desenvolvimento de cadeias produtivas e inserção em mercados especializados, buscando oferecer soluções práticas para os desafios enfrentados por pequenos produtores e comunidades. Além disso, o evento visa ampliar a visibilidade internacional da bioeconomia amazônica e seus ativos ambientais. A programação do Txai Amazônia vai até o sábado, 28, e pode ser conferida no site txaiamazonia.com.br. Txai Amazônia Realizado pelo Instituto Sapien – Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) dedicada à pesquisa e gestão para o desenvolvimento regional –, em colaboração com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Governo do Estado do Acre, por meio das Secretarias de Estado de Povos Indígenas (SEPI), Planejamento (SEPLAN), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (FAPAC) e mais de 20 instituições acreanas, o Seminário Internacional Txai Amazônia se apresenta como uma plataforma para a formulação de soluções inovadoras, integrando conhecimento técnico-científico, inovação e sabedoria ancestral. Foto: Agência NEXO

2° dia do Txai Amazônia apresenta cases de sucesso da bioeconomia, arte e debates sobre sociodiversidade; confira

2° dia do Txai Amazônia apresenta cases de sucesso da bioeconomia, arte e debates sobre sociodiversidade; confira

A programação do Seminário Internacional Txai Amazônia segue intensa nesta quinta-feira, 27, no espaço do eAmazônia da Universidade federal do Acre Ufac), em Rio Branco, no Acre. Entre as principais atrações do dia, um destaque especial para os cases de empreendimentos da bioeconomia dos estados do Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Mato Grosso, Tocantins e dos países vizinhos Peru e Bolívia. Durante todo o dia, as salas temáticas do seminário apresentarão casos inspiradores de bioeconomias locais em diferentes partes da Amazônia brasileira, peruana e boliviana. Entre as iniciativas confirmadas estão: • Pronatus do Amazonas e Amazonly, com experiências em cosméticos e comércio ético (9h); • Daval Alimentos (RR) e o Projeto MAM GÁP (MT), às 10h30; • A experiência da Natura Ekos com comunidades da floresta (11h); • Às 14h, Associação de Mulheres de Dianópolis (TO), com artesanato em capim dourado, e a empresa Manutata, de processamento da castanha-da-Amazônia (Peru); • Às 16h, o público poderá conhecer o trabalho da Bambuzini – Escola de Bioconstrução e do projeto Carvão de Açaí, que transforma resíduos da produção em energia sustentável; • Para fechar o bloco, às 17h, será a vez dos representantes internacionais da Autoridad Plurinacional de la Madre Tierra (Bolívia) e da Asociación Interétnica de Desarrollo de la Selva Peruana (Peru). Painéis temáticos Paralelamente, a programação do Txai Amazônia, de hoje, também vai promover cinco painéis temáticos: • 9h – Integração de saberes: ciência, tradição e qualificação para bioeconomia amazônica; • 10h – Extrativismo sustentável e os impactos para a economia da Amazônia; • 14h – Agricultura familiar e bioeconomia na Amazônia; • 15h30 – O gênero e a preservação do meio ambiente: o papel das mulheres da Amazônia no desenvolvimento da bioeconomia; • 16h30 – Financiamento privado para bioeconomia, instrumentos financeiros para a bioeconomia e serviços ambientais: oportunidades privadas; Teatro e música para celebrar a diversidade A cultura vai ocupar o centro do palco do Txai Amazônia a partir das 10h, com a apresentação da peça “Afluentes Acreanas”, do grupo Teatro Candeeiro, vencedora do Prêmio Arcanjo de Cultura na categoria Teatro. A encenação mergulha na ancestralidade e nas histórias fundadoras da região antes de ser chamada de Acre. E todos os dias, ao meio-dia, entra em ação o FestCine Originários, com produções audiovisuais que retratam a vida na floresta, por meio de uma curadoria de filmes que colocam indígenas como protagonistas. Às 11h, o coletivo TRZ Crew realizará uma vivência com live painting e o show “7 Linhas”, unindo grafite, música e poesia com protagonismo da juventude urbana da floresta. A campeã nacional do Slam Singulares 2023, Natielly Castro, estará entre as atrações do dia: O público será convidado a vivenciar a performance Corpo Terreiro, da artista Joy Ramos, que traduz ancestralidade e espiritualidade em movimentos interpretados em Libras, promovendo inclusão e sensibilidade, às 15h. E para encerrar a Mostra Artística Cultural do dia, os participantes poderão desfrutar de toda a musicalidade amazônica da A DJ Cau Bartholo, a partir das 17h. O encerramento artístico será às 18h, com a apresentação do tradicional grupo Jabuti Bumbá, manifestação popular do Acre que mistura música, dança e teatro com mensagens de preservação e resistência. A Mostra Gastronômica também promete encantar os sentidos com sabores da floresta. Receitas ancestrais, ingredientes da sociobiodiversidade e a criatividade de chefs e cozinheiras tradicionais estarão reunidas para valorizar os alimentos que nascem da terra. O Txai Amazônia segue até sábado, 28, promovendo diálogos e articulações entre os nove estados da Amazônia Legal, além de Bolívia e Peru. Confira a programação completa no site: www.txaiamazonia.com.br

Empresa de biotecnologia do Pará leva tecnologia a pequenos produtores da Amazônia

Empresa de biotecnologia do Pará leva tecnologia a pequenos produtores da Amazônia

Apresentação discutiu soluções que aliam biodiversidade e tecnologia para fortalecer economias locais. Rio Branco, Acre – No primeiro dia do Seminário Internacional Txai Amazônia, nesta quarta-feira (25), a força da biotecnologia amazônica ganhou destaque com a apresentação de Rodrigo dos Andes Cordeiro, CEO da Amazon Biotechnology. A empresa, sediada em Rurópolis, no Pará, é uma bioindústria voltada à clonagem vegetal e ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para a agricultura familiar do oeste paraense. Durante a apresentação de seu caso de sucesso, Rodrigo compartilhou a experiência da biofábrica e destacou o compromisso com o desenvolvimento sustentável da floresta. “Nosso alvo é o produtor rural. Queremos ajudar a inserir a biotecnologia dentro da Amazônia, fortalecendo a produção sem derrubar a floresta”, afirmou. Com foco em produtividade e respeito ao bioma, a Amazon Biotechnology atua diretamente com comunidades locais, oferecendo alternativas viáveis para ampliar a renda e conservar o meio ambiente. Além dos casos de sucesso, o primeiro dia do Txai Amazônia foi marcado por uma mostra de gastronomia de empreendimentos indígenas, extrativistas e agroecológicos, bem como oficinas culturais e apresentações artísticas que celebram os saberes da floresta. Com programação até o próximo sábado, 28, o seminário segue reunindo lideranças, pesquisadores e empreendedores de toda a Amazônia Legal para fortalecer alianças em torno de uma nova economia, baseada nos territórios.

Modelo Sustentável do RECA, em Rondônia, inspira caminhos para a Bioeconomia da Floresta

Modelo Sustentável do RECA, em Rondônia, inspira caminhos para a Bioeconomia da Floresta

Iniciativa com 36 anos de atuação foi apresentada no Seminário Txai Amazônia como referência em soluções locais. Rio Branco, Acre – O Projeto RECA (Reflorestamento Econômico e Comunitário como Motor de Desenvolvimento), localizado na região do Vale do Jamari, em Rondônia, foi apresentado nesta quarta-feira (25) no Seminário Txai Amazônia como um exemplo bem-sucedido de alternativa econômica baseada na sociobiodiversidade amazônica. Representando a iniciativa, o técnico Gabriel Figueiredo compartilhou a trajetória de mais de três décadas do projeto, que envolve agricultores familiares em sistemas produtivos sustentáveis. Fundado há 36 anos, o RECA nasceu da união de famílias migrantes que encontraram na floresta um caminho para gerar renda com respeito ao meio ambiente. “Viemos apresentar nossos modelos de trabalho e mostrar que é possível construir uma economia sólida respeitando o território. São experiências que podem inspirar outras comunidades”, afirmou Gabriel. A experiência coletiva, construída a partir do conhecimento dos próprios agricultores, fortaleceu políticas públicas voltadas à agricultura familiar e à bioeconomia. Com isso, o projeto contribui não apenas para o sustento de dezenas de famílias, mas também para a manutenção da floresta em pé. Durante a apresentação, Gabriel destacou também as expectativas de que o seminário sirva de ponte entre comunidades e formuladores de políticas: “É um evento muito rico, com entidades importantes. Queremos mostrar os desafios que enfrentamos para que eles também ajudem a orientar as políticas públicas”, disse. Além da participação do RECA, o dia de atividades do Txai Amazônia contou com painéis sobre a integração de saberes entre ciência e tradição, oficinas práticas, mostra de produtos da sociobiodiversidade e apresentações culturais.

Designer amazônico propõe soluções criativas para cosméticos no Txai Amazônia

Designer amazônico propõe soluções criativas para cosméticos no Txai Amazônia

Apresentação mostra como o uso de tecnologias pode agregar valor a produtos da floresta e fortalecer economias locais. Rio Branco, Acre – No Seminário Internacional Txai Amazônia, o designer José Luiz de Paula Júnior apresentou uma proposta inovadora de seu estúdio, JL Paula JR Design Produtos e Branding: transformar o design de perfumes e cosméticos em uma ferramenta para fortalecer a bioeconomia amazônica. “O que trago é uma proposta de agregar valor aos produtos da biodiversidade, mostrando como design e tecnologia podem caminhar juntos com os saberes locais”, afirmou José Luiz. Com vasta experiência na criação de produtos que utilizam ativos da floresta, ele trouxe reflexões sobre como comunidades tradicionais podem se beneficiar de tecnologias acessíveis para valorizar sua biodiversidade. Durante a apresentação, o designer destacou mecanismos de desenvolvimento econômico, ambiental e social que vêm sendo testados por ele em parceria com comunidades amazônicas. “Tem gente que faz coisas excepcionais. Sem desmerecer o artesanato, não é isso. Mas quando se fala em bioeconomia, esquecem que ela é um processo de geração de inovação. E o design é a inovação mais barata, é o início do processo”, explicou. Além da fala de José Luiz, a abertura do seminário também contou com apresentações de outros casos de sucesso, oficinas temáticas, mostra de produtos da sociobiodiversidade e atrações culturais que conectam tradição e inovação.

Painel debate políticas e impactos do manejo florestal madeireiro e bambu na Amazônia no 1º dia do Txai Amazônia

Painel debate políticas e impactos do manejo florestal madeireiro e bambu na Amazônia no 1º dia do Txai Amazônia

O engenheiro florestal Marcos Rino mediou a conversa sobre o potencial produtivo da floresta com o professor Thiago Augusto da Cunha. O Seminário Internacional Txai Amazônia começou a programação da tarde de seu primeiro dia, nesta quarta-feira (25), abordando o potencial produtivo da Amazônia. O engenheiro florestal Thiago Augusto da Cunha discutiu o manejo para produção de madeira e toras. O Painel “Manejo florestal madeireiro e bambu da Amazônia” foi mediado pelo também engenheiro florestal Marcos Rino e contou com a presença de Adelaide de Fátima e Sabina Cerruto Ribeiro, pesquisadoras da área. Sobre a conciliação entre políticas públicas, pesquisa e uso de recursos florestais, Cunha falou sobre processos e conquistas junto a órgãos de fiscalização no país: “Nós estamos aguardando um retorno do Ibama, porque a gente produziu um documento técnico, abrangente, considerando a taxa de mortalidade da floresta, ou seja, toda a dinâmica da floresta”, descreveu sobre a ação realizada pela Embrapa Acre. Manejo no Acre Em nível estadual, no painel, foi mencionado que estão sendo realizadas reuniões com o Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), inclusive na Assembleia Legislativa, sobre o assunto. No contexto de tecnologias para o manejo florestal, o uso de dados confiáveis é fundamental, segundo o mediador. “A aplicação de ferramentas da tecnologia de inovação depende muito de dados e a gente conseguiu pesquisas”, reafirma Rino. O Txai Amazônia segue até sábado (28), das 9 às 17 horas, promovendo diálogos e articulações entre os nove estados da Amazônia Legal, além de Bolívia e Peru.

Aberto ao público: Txai Amazônia promove imersão em sociobiodiversidade, bioeconomia e inovação na região

Aberto ao público: Txai Amazônia promove imersão em sociobiodiversidade, bioeconomia e inovação na região

O Seminário Internacional Txai Amazônia iniciou as atividades nesta quarta-feira, dia 25, no eAmazonia da Universidade Federal do Acre (Ufac). Com uma programação totalmente gratuita, que se estende até o sábado, 28, o evento reúne gestores públicos, empresários, empreendedores, artistas, promotores de cultura, estudantes e pesquisadores para discutir bioeconomia e sociobiodiversidade na região amazônica. Segundo o presidente do Instituto Sapien, Lucas Varela, o seminário se apresenta sob o ponto de vista do desenvolvimento econômico. “A gente está buscando, trazendo nomes, experiências, cases de outros estados, de outros países, justamente para que os empreendedores, startups, as pessoas possam ver isso como exemplo de produção, de como se desenvolver através de produtos da bioeconomia, que são naturais da Amazônia. A gente quer mostrar como é essa ligação que existe entre os povos tradicionais e povos indígenas, de como eles já vivem com subsídios da natureza. A gente quer mostrar que isso é possível, que tem uma perspectiva possível sob o ponto de vista de geração de emprego, de renda, de trabalho através de produtos da natureza”, salientou. Representando o governador do Acre, Gladson Cameli, a anfitriã do Txai Amazônia e secretária extraordinária de Povos Indígenas do Estado, Francisca Arara, celebrou a parceria. “É uma pauta importante e, para nós, é muito bom, porque é aquilo que nós já fazemos na prática. Hoje o governo do Acre, através da Sepi, fomenta a participação e o olhar dos povos indígenas, das populações tradicionais. É valorizar o território, os direitos indígenas, a matéria-prima, o conhecimento tradicional, porque nós temos outro olhar da bioeconomia, da sociobiodiversidade, e isso casa com o olhar científico e com a tecnologia”, disse. O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac), Moisés Diniz, explica que o seminário internacional é o primeiro da Amazônia com esse caráter realizado no Acre e destaca o apoio do governo do Estado. “O evento conta com o apoio financeiro do governo do Acre através da Fapac e outras instituições, além do apoio do governo federal, para que a gente possa discutir bioeconomia e sociobiodiversidade, que é uma forma de buscar e encontrar aqui na Amazônia os recursos para a nossa própria sobrevivência, unindo o saber tradicional dos povos indígenas, das populações tradicionais e a tecnologia”, ressalta. Txai Amazônia O Txai Amazônia conta com a participação de representantes dos nove estados da Amazônia Legal, além de comitivas do Peru e Bolívia. Durante os quatro dias de evento, serão apresentados sete eixos temáticos em 15 painéis. A Mostra Artística Cultural de Bioeconomia vai transformar o palco do Txai Amazônia com 23 apresentações e mais de 160 artistas acreanos envolvidos. O seminário também vai promover a Mostra Gastronômica, reunindo seis importantes chefs da culinária amazônica, além de uma feira com mais de 20 empreendedores da bioeconomia acreana. O evento é aberto ao público e as inscrições podem ser feitas, de forma gratuita, pela plataforma Sympla, por meio do site do evento www.txaiamazonia.com.br

A Mostra Cultural TXAI AMAZÔNIA, realizada durante os dias do seminário, é um evento vibrante que celebra a diversidade cultural da Amazônia. Com apresentações artísticas, oficinas e exposições, este espaço é dedicado à valorização e preservação das manifestações culturais dos povos amazônicos.

A Amazônia é uma das regiões mais biodiversas e culturalmente ricas do planeta. Este vasto ecossistema desempenha um papel crucial na regulação climática global e na manutenção da biodiversidade. Nosso objetivo é promover o desenvolvimento sustentável, respeitando e valorizando as tradições e o conhecimento dos povos que habitam esta região.

A bioeconomia e a sociobiodiversidade são pilares fundamentais para um desenvolvimento sustentável na Amazônia. Este conceito evolui para incluir não apenas o uso sustentável dos recursos naturais, mas também a valorização das culturas tradicionais e do conhecimento ancestral dos povos da floresta.

O Acre foi escolhido para sediar a 1ª edição do Seminário TXAI devido ao seu compromisso com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Este Estado, rico em biodiversidade e cultura, oferece o cenário perfeito para debatermos e construirmos juntos um futuro sustentável para a Amazônia.