Artesanato, Energia Limpa, Bioconstrução e Protagonismo Internacional Marcaram a Tarde do Segundo Dia do Seminário
O Seminário Internacional Txai Amazônia reuniu, nesta quinta-feira, 26, histórias inspiradoras de quem transforma a floresta em fonte de renda, cultura e inovação. A programação da tarde de cases de sucesso começou às 14h com dois projetos: a Associação Dianopolina de Artesãos, do Tocantins, e a empresa acreana Manutata, referência no beneficiamento da castanha-da-Amazônia.
Representando a associação de mulheres de Dianópolis, Eliene emocionou o público ao compartilhar a trajetória de luta e valorização do artesanato em capim dourado. A iniciativa, que fortalece a autonomia feminina e a preservação do cerrado, chamou atenção pela beleza e originalidade das peças expostas.
“A importância de participar do seminário está no reconhecimento de toda a nossa trajetória com a associação, na troca com outros artesãos e na divulgação do nosso artesanato”, afirmou com orgulho.
Casos de Sucesso
Na sequência, a Manutata apresentou sua experiência como indústria amazônica de impacto socioambiental, conectando comunidades extrativistas a mercados nacionais e internacionais. Com foco na castanha-da-Amazônia, a empresa aposta em tecnologia e valorização da floresta em pé como modelo de negócio sustentável e replicável em outros territórios amazônicos.
Já às 16h, foi a vez da Bambuzini Escola de Bioconstrução e do projeto Carvão de Açaí encantarem o público com soluções que transformam resíduos e recursos abundantes da floresta em oportunidades econômicas e ambientais. A jovem empreendedora que apresentou a Bambuzini destacou a receptividade do público e o potencial do bambu.
“Gostei muito da interação e de ver como ficaram maravilhados com o potencial do bambu, porque é um material renovável, abundante e com inúmeros usos, desde a construção até o mobiliário. Espero que mais pessoas conheçam e se apaixonem, assim como eu”, relatou com entusiasmo.
Conexão da Tríplice Fronteira
Encerrando o bloco de apresentações, o seminário abriu espaço para o diálogo internacional, com representantes da Bolívia e do Peru compartilhando experiências territoriais de enfrentamento à crise climática e fortalecimento da economia da floresta. A participação da Autoridad Plurinacional de la Madre Tierra (Bolívia) e da Asociación Interétnica de Desarrollo de la Selva Peruana trouxe reflexões sobre justiça climática, participação das mulheres e redes de cooperação entre povos indígenas e comunidades locais.
“A Bolívia vem fortalecendo as cadeias produtivas dos recursos florestais não madeireiros, como a castanha, o açaí e o majo, que geram renda para milhares de famílias indígenas e camponesas. Nosso objetivo é agregar valor a esses produtos e melhorar a qualidade de vida nas comunidades”, destacou a representante da Autoridad Plurinacional de la Madre Tierra.
A representante peruana reforçou a importância de manter os saberes vivos e de unir esforços:
“Quando queremos ajudar, nenhum recurso é suficiente sozinho. Por isso, nos juntamos para compartilhar e fortalecer nossos caminhos”, disse.
Além dos casos de sucesso, o dia também contou com exposições de produtos da sociobiodiversidade, painéis temáticos e apresentações culturais, conectando tradição, inovação e futuro na Amazônia viva que queremos construir.