Pesquisa vira solução: Ufac e Sebrae mostram o potencial de inovação na Amazônia

 A parceria de sucesso destaca a integração entre saber acadêmico e empreendedorismo em projetos de bioeconomia e impacto social.

O evento Txai Amazônia, realizado nesta sexta-feira (27), reuniu representantes do Sebrae, professores da Universidade Federal do Acre (Ufac), consultores e estudantes para debater uma conexão essencial para o futuro da região. Rosa Nakamura, gestora de inovação do Sebrae no Acre, abriu as discussões destacando a importância da bioeconomia como eixo estratégico.

“Quando se fala em bioeconomia, é uma grande referência para nós, porque é exatamente o trabalho que fazemos dentro das universidades, junto aos pesquisadores. Todos os projetos que incentivamos têm base na bioeconomia”, afirmou Nakamura.

Essa visão foi complementada por Vander Nicácio, consultor de inovação que atua no Sebrae desde 2021. Ele detalhou como a organização tem atuado para acelerar esse tipo de transformação por meio de programas como o Inova Amazônia.

“A ideia é mostrar como o Sebrae consegue acelerar esses negócios, transformando pesquisa em retorno para as pessoas. Muitas vezes, é o resultado de um trabalho de mestrado ou doutorado que vira startup, um negócio inovador, e passa a contribuir de forma real para a Amazônia”, explicou Nicácio.

Caminhos unidos

Representando a universidade, a professora doutora Almercina Balbino Ferreira, da Ufac, defendeu a necessidade de uma aproximação contínua entre ensino, pesquisa e mercado.

“É muito importante a interação entre o Sebrae e a Universidade porque a gente precisa unir forças para levar a nossa pesquisa, os nossos profissionais até o mercado”, afirmou a professora. Para Almecina, essa integração é estratégica para o fortalecimento da economia local de forma justa e sustentável. “Essa articulação entre ensino, pesquisa, extensão e negócios é essencial para unir a bioeconomia à economia local, respeitando a biodiversidade e a cultura de cada povo”, disse a pesquisadora.

Nakamura reforçou que o objetivo do painel era demonstrar ao público que o conhecimento técnico e científico gerado no ambiente acadêmico pode e deve se transformar em soluções aplicadas. “Tudo que tiver conhecimento da universidade, nós podemos transformar em negócios de grande impacto”, enfatizou.

Fomento para o futuro

Vander Nicácio ressaltou ainda que o foco do Inova Amazônia foi, desde o início, trabalhar exclusivamente com startups de bioeconomia. “A ideia é fomentar projetos de pesquisa na área de bioeconomia que possam ir para o mercado e ajudar as pessoas no dia a dia delas”, explicou.

Rodolfo Lira, estudante de medicina da Ufac, compartilhou a trajetória da startup que desenvolveu dentro da universidade, voltada para o monitoramento de pacientes crônicos. “O meu surgimento foi através dessa integração entre universidade e ecossistema de inovação. A gente desenvolveu uma startup na área da saúde, focada em monitoramento de pacientes crônicos, e hoje viemos mostrar que é possível transformar pesquisa em produto de impacto social”, contou Lira.

Exemplo de sucesso

Rodolfo explicou que a plataforma desenvolvida utiliza inteligência artificial e análise de dados para criar planos personalizados de acompanhamento preventivo, especialmente para pessoas com hipertensão e diabetes.

“A gente passa a acompanhar o paciente, evitando agravamentos. Se ele já tiver uma doença crônica, conseguimos manter os níveis sob controle e promover mais qualidade de vida. Atuamos com acesso avançado e prevenção. É uma saúde inteligente, uma saúde longitudinal que traz impacto real na vida das pessoas”, detalhou.

Ao aproximar universidade, Sebrae e mercado, surgem caminhos para negócios inovadores que valorizam o território, a cultura e o conhecimento local. No penúltimo dia do seminário, novas experiências continuam sendo apresentadas, reafirmando que soluções para o futuro da Amazônia já estão sendo construídas, e muitas delas nasceram dentro da sala de aula.

Txai Amazônia

Realizado pelo Instituto Sapien – Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) dedicada à pesquisa e gestão para o desenvolvimento regional –, em colaboração com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Governo do Estado do Acre, por meio das Secretarias de Estado de Povos Indígenas (SEPI), Planejamento (SEPLAN), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (FAPAC) e mais de 20 instituições acreanas, o Seminário Internacional Txai Amazônia se apresenta como uma plataforma para a formulação de soluções inovadoras, integrando conhecimento técnico-científico, inovação e sabedoria ancestral.

Para conferir tudo que rolou no Txai Amazônia, acesse o site: www.txaiamazonia.com.br. Os debates dos painéis temáticos podem ser acompanhados ou reassistidos pelo canal do Instituto Sapien no YouTube.

A Mostra Cultural TXAI AMAZÔNIA, realizada durante os dias do seminário, é um evento vibrante que celebra a diversidade cultural da Amazônia. Com apresentações artísticas, oficinas e exposições, este espaço é dedicado à valorização e preservação das manifestações culturais dos povos amazônicos.

A Amazônia é uma das regiões mais biodiversas e culturalmente ricas do planeta. Este vasto ecossistema desempenha um papel crucial na regulação climática global e na manutenção da biodiversidade. Nosso objetivo é promover o desenvolvimento sustentável, respeitando e valorizando as tradições e o conhecimento dos povos que habitam esta região.

A bioeconomia e a sociobiodiversidade são pilares fundamentais para um desenvolvimento sustentável na Amazônia. Este conceito evolui para incluir não apenas o uso sustentável dos recursos naturais, mas também a valorização das culturas tradicionais e do conhecimento ancestral dos povos da floresta.

O Acre foi escolhido para sediar a 1ª edição do Seminário TXAI devido ao seu compromisso com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Este Estado, rico em biodiversidade e cultura, oferece o cenário perfeito para debatermos e construirmos juntos um futuro sustentável para a Amazônia.