Experiência apresentada no Txai Amazônia destaca integração de saberes, com atuação em diversos países da Pan-Amazônia.
A Natura Ekos apresentou um modelo concreto de cadeia produtiva sustentável, que há mais de duas décadas conecta comunidades tradicionais à geração de renda por meio do uso responsável da sociobiodiversidade amazônica. Essa experiência foi destacada no segundo dia do Txai Amazônia, nesta quinta-feira, 26.
Representada por Mauro Corrêa da Costa e Diego Viégas, a empresa compartilhou sua trajetória de atuação junto a povos extrativistas em áreas de alta relevância ecológica e cultural.
“Estamos há 25 anos nessa jornada de muitos aprendizados, erros e acertos, mas sempre com humildade e respeito à diversidade ambiental e cultural”, destacou Mauro, gerente sênior de Suprimentos da Sociobiodiversidade da empresa.
A iniciativa surgiu com o propósito de integrar o conhecimento tradicional ao planejamento estratégico de suprimentos, criando um sistema de relações comerciais de longo prazo e respeitoso com as particularidades ambientais e sociais da região.
Segundo ele, lidar com itens de safra em territórios diversos da Pan-Amazônia – como Brasil, Colômbia, Peru e Equador – exige planejamento logístico apurado e sensibilidade às realidades locais. O desafio é garantir o abastecimento contínuo, sem renunciar aos ciclos naturais dos produtos e das decisões comunitárias.
“É uma obra de arte extremamente complexa, e só com o tempo fomos aprendendo a definir as melhores estratégias para lidar com isso”, afirmou.
Estruturação de Possibilidades
A estruturação dessa cadeia sustentável inclui pesquisa aplicada, governança compartilhada e acordos que promovem o comércio justo. Comunidades extrativistas recebem apoio técnico, são envolvidas no planejamento e fortalecem sua autonomia econômica sem recorrer ao desmatamento.
A programação segue até sábado, com debates sobre bioeconomia indígena, financiamento climático e justiça ambiental.