O Seminário Internacional Txai Amazônia reafirmou seu papel como uma plataforma estratégica para o fortalecimento da bioeconomia amazônica, ao reunir iniciativas que demonstraram, na prática, como é possível promover desenvolvimento sustentável, conservação da floresta em pé e geração de renda para comunidades tradicionais. Nesse contexto, a participação da Manutata contribuiu de forma significativa para o debate sobre extrativismo sustentável e valorização dos produtos da sociobiodiversidade.
Atuando no processamento e na comercialização da castanha-da-Amazônia e de superalimentos, a Manutata levou ao Txai Amazônia uma experiência concreta de integração entre inovação, conhecimento tradicional e acesso a mercados, alinhada aos princípios defendidos pelo evento.
Com origem na região amazônica trinacional — Peru, Bolívia e Brasil — a Manutata acumulou mais de 35 anos de know-how na cadeia produtiva da castanha-da-Amazônia, conectando comunidades extrativistas a mercados nacionais e internacionais. Com sede em Puerto Maldonado, no Peru, a organização atuou de forma integrada no extrativismo sustentável de produtos florestais não madeireiros (PFNMs), apostando na biotecnologia, na bioindústria e na valorização dos saberes indígenas.
Durante o Txai Amazônia, a castanha-da-Amazônia foi apresentada não apenas como um superalimento rico em antioxidantes, vitaminas e óleos essenciais, mas como um ativo estratégico para a conservação ambiental. Cada etapa da cadeia produtiva reforçou o compromisso com a proteção de extensas áreas de floresta e com a geração de renda digna para comunidades locais, especialmente na região de Madre de Dios.
Representada por Nelsith Sangama, CEO da empresa e pertencente à etnia Quíchua, a Manutata compartilhou no evento a visão de que a bioeconomia é, antes de tudo, uma economia indígena, própria, holística e orientada ao bem viver. Sua atuação envolveu certificações orgânicas, sistemas de monitoramento ambiental, georreferenciamento, rastreabilidade em blockchain e práticas de economia circular, agregando valor à produção e ampliando sua competitividade em escala global.
Ao promover debates e dar visibilidade a iniciativas como essa, o Txai Amazônia se consolidou como um espaço fundamental de diálogo, troca de experiências e construção coletiva de soluções para os desafios ambientais, sociais e econômicos da região. O evento fortaleceu redes de colaboração entre empreendedores, comunidades tradicionais, pesquisadores e formuladores de políticas públicas, ampliando a projeção de modelos de negócio sustentáveis e replicáveis em diferentes territórios amazônicos.
A presença da Manutata no Txai Amazônia reforçou a importância de iniciativas que uniram inovação, ancestralidade e sustentabilidade, evidenciando como a bioeconomia amazônica se apresentou como uma resposta concreta e integrada aos desafios do nosso tempo.

Foto: Agência Nexo