Bioeconomia e sociobiodiversidade: empresas amazônicas são destaque no uso de produtos da floresta

O desenvolvimento econômico e a bioeconomia são pontos focais de empresas amazônicas apresentadas como cases de sucesso no segundo dia de programação do Txai Amazônia, nesta quinta-feira, 26, no eAmazônia, localizado na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, no Acre.

O evento, que acontece até sábado, 28, reúne diversas empresas que atuam dentro da sociobiodiversidade, com produtos da Floresta Amazônica, como a Amazonly Cosmetics, apresentada por José Cláudio Balducci.

José Cláudio, natural do Amapá, explica que a Amazonly Cosmetics é uma indústria de extração de óleos e manteigas vegetais, com viés em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

“Nosso trabalho é com os extrativistas. Estamos falando de comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas, comunidades tradicionais do estado do Amapá, trazendo essas matérias-primas e insumos para dentro da empresa, produzindo, fazendo a extração e filtração desses óleos”, explica.

José Cláudio ressalta, ainda, que a empresa foca na questão da rastreabilidade e na origem dessas sementes, bem como nas certificações, como a orgânica, visto que os produtos da Amazonly Cosmetics são 100% puros e naturais.

Pronatus

A empresa Pronatus do Amazonas Beleza e Cosméticos, que trabalha com ingredientes da sociobiodiversidade há 39 anos, também foi destaque de sucesso, apresentada pelo farmacêutico Evandro da Silva. 

“Minha empresa foi construída em função da minha parte técnica. Meu sonho, desde a faculdade, era montar uma empresa que tivesse uma visão amazônica, utilizando a biodiversidade”, explica.

Evandro destaca, ainda, que a empresa é fundamentada em cosmético popular, com diferencial para o uso de ingredientes amazônicos. “As propriedades medicinais da flora amazônica, através de outro tipo de cosmético, considerado cosmético funcional, conhecido como cosmecêutico. Embora não exista essa figura na Anvisa, há uma tendência mundial. Nós aproveitamos essa linha de trabalho para fazer xampus, sabonetes, óleos de massagem e outros produtos”, afirma.

Mato Grosso e Roraima

O extrativismo também está presente no Projeto Mam Gap, do Mato Grosso, apresentado por Alexandre Zoró, que representa a Associação do Povo Indígena Zoró (Apiz). A iniciativa fortalece a identidade cultural e a autonomia do povo. “Atuamos dentro da bioeconomia com a parte do extrativismo, principalmente pela produção de castanha-do-Brasil”, explica.

Em Boa Vista (RR), a Daval Alimentos Amazônicos se destaca pela produção de pimentas e geleias com ingredientes da floresta, a partir da agricultura familiar, utilizando produtos como pimentas diversas, tucumã, pupunha, manga e mel, apresentada pela representante Valdeniza Bezerra.

Os casos de sucesso são destaque no Txai Amazônia, que apresentam empresas da região que apostam na bioeconomia e sociobiodiversidade para o desenvolvimento econômico dos estados amazônicos.

A Mostra Cultural TXAI AMAZÔNIA, realizada durante os dias do seminário, é um evento vibrante que celebra a diversidade cultural da Amazônia. Com apresentações artísticas, oficinas e exposições, este espaço é dedicado à valorização e preservação das manifestações culturais dos povos amazônicos.

A Amazônia é uma das regiões mais biodiversas e culturalmente ricas do planeta. Este vasto ecossistema desempenha um papel crucial na regulação climática global e na manutenção da biodiversidade. Nosso objetivo é promover o desenvolvimento sustentável, respeitando e valorizando as tradições e o conhecimento dos povos que habitam esta região.

A bioeconomia e a sociobiodiversidade são pilares fundamentais para um desenvolvimento sustentável na Amazônia. Este conceito evolui para incluir não apenas o uso sustentável dos recursos naturais, mas também a valorização das culturas tradicionais e do conhecimento ancestral dos povos da floresta.

O Acre foi escolhido para sediar a 1ª edição do Seminário TXAI devido ao seu compromisso com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Este Estado, rico em biodiversidade e cultura, oferece o cenário perfeito para debatermos e construirmos juntos um futuro sustentável para a Amazônia.