Durante o Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado de 25 a 28 de junho no eAmazônia/Ufac, a gastronomia também teve espaço de destaque. A Mostra Gastronômica reuniu nomes importantes da cozinha local e apresentou ao público a riqueza de sabores que a bioeconomia amazônica pode oferecer. A curadoria ficou a cargo da chef Rafa Brozzo, empresária à frente do Quentinha Express e uma das vozes mais ativas na valorização da culinária regional. Com menus de degustação que exploraram ingredientes nativos, Rafa reforçou a importância de integrar inovação, pesquisa e tradição à mesa. Seu trabalho foi marcado pela busca constante de produtos locais, pela proximidade com comunidades tradicionais e pelo uso criativo das PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais). Reconhecida por transformar a cozinha em um meio de conexão cultural e social, Rafa defendeu que gastronomia e turismo caminham juntos e podem impulsionar o desenvolvimento sustentável do Acre. Sua atuação no evento simbolizou não apenas a diversidade de pratos, mas também a força de uma identidade que colocou o estado no mapa gastronômico da Amazônia e do Brasil. Conheça mais sobre o trabalho da chef: @rbrozzo @quentinhasexpressac @acreparaomundo
Mês: setembro 2025
Shahu Rautihu Keneya: ancestralidade em cada detalhe
“Cada peça carrega a essência da nossa cultura Yawanawá: força, tradição e beleza. Não é apenas artesanato, é história viva sendo compartilhada. Apoie o feito à mão, apoie o originário.” A presença da Shahu Rautihu Keneya — Joias Ancestrais como expositora no Seminário Internacional TXAI Amazônia foi mais que uma vitrine de produtos: foi a afirmação de que a bioeconomia da floresta também se sustenta em arte, memória e ancestralidade. Em sintonia com a essência do seminário — valorizar saberes tradicionais, fortalecer a sociobiodiversidade e abrir caminhos para novas formas de desenvolvimento sustentável —, o artesanato das três mulheres Xiú Shanenawa, Raíssa Yawanawá e Valdenira Huni Kuin conquistou olhares e corações, traduzindo em peças a voz da floresta. No coração da Amazônia, elas erguem arte que fala — tecida com fios de resistência, miçangas de ancestralidade, cores que nascem da terra e da passagem do tempo. São a Shahu Rautihu Keneya, cuja mão, no gesto de criar, honra raízes antigas e abre caminhos novos. Essa frase-manifesto que acompanha seu trabalho ecoa em cada peça. Colares, brincos e adornos deixam de ser apenas ornamentos: tornam-se poemas visuais. Cada miçanga nasce da floresta ou do rio, passa pelas mãos que respeitam e carregam saberes, onde cada cor tem um porquê, cada forma um sentido. As artesãs se definem como apaixonadas pela cultura amazônica — profundamente respeitosas. E esse respeito se reflete em tudo: nos pigmentos naturais, nas tramas que seguem padrões antigos, nos detalhes que reiteram identidade. Há, nas bordas circulares, nas franjas e no brilho das contas coloridas, a voz de mulheres que insistem em existir em sua história, em sua arte, em seu ser originário. Conheça o perfil: https://www.instagram.com/shahu_rautihu.keneya/ Foto: Arquivo Instagram Shahu Rautihu Keneya
Daval Alimentos transforma ingredientes da floresta em produtos gourmet em Roraima
Outro destaque do painel de cases de sucesso do Txai Amazônia foi a Daval Alimentos Amazônicos, de Boa Vista (RR), uma iniciativa nascida da agricultura familiar que vem conquistando mercados com uma linha de geleias e pimentas produzidas a partir de ingredientes da floresta. Apresentada por Valdeniza Bezerra, a empresa utiliza frutas e especiarias como tucumã, pupunha, manga, mel e diversas variedades de pimenta para desenvolver produtos com valor agregado e identidade regional forte. “Trabalhamos com o que temos de melhor: a biodiversidade do nosso território e o saber das nossas famílias. Cada produto carrega uma história e uma origem que queremos valorizar”, explicou Valdeniza durante sua participação. A Daval é exemplo claro de como pequenos produtores podem se tornar protagonistas da bioeconomia, gerando renda, inovação e promovendo o uso sustentável dos recursos locais. O case evidencia a força da agricultura familiar na transformação de ingredientes nativos em produtos com apelo de mercado e identidade amazônica. Foto: Agência Nexo
Seminário Internacional Txai Amazônia consolida Carta de Proposições para o fortalecimento da bioeconomia
O Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado em junho no Acre, resultou na elaboração de uma Carta de Proposições que reúne as principais diretrizes para o desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia Legal e nos países da fronteira regional. O documento apresenta a síntese das contribuições discutidas nos painéis do seminário e aprovadas na Conferência Final, refletindo consensos e divergências em torno dos caminhos para o fortalecimento da bioeconomia. As proposições foram consolidadas em eixos temáticos, com foco em clareza, objetividade e precisão técnica, eliminando repetições e subjetividades, mas preservando a diversidade de perspectivas. Entre os objetivos, a Carta busca servir como instrumento técnico para subsidiar políticas públicas e ações estratégicas, orientando governos, sociedade civil e setor privado na construção de soluções para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. O documento final foi encaminhado a mais de 150 autoridades e instituições das esferas federal, estaduais e municipais, além de organizações da sociedade civil, agências de fomento, universidades e centros de pesquisa, fortalecendo o diálogo multissetorial e regional em torno da bioeconomia. Com essa entrega, o Txai Amazônia reafirma seu papel como espaço de convergência de ideias, cooperação internacional e promoção de alternativas sustentáveis para a Amazônia Legal e os países vizinhos. Clique aqui para ver a carta.