No Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado em junho no Acre, o Projeto Mam Gap, desenvolvido pela Associação do Povo Indígena Zoró (Apiz), foi apresentado como um exemplo contundente de como a bioeconomia pode impulsionar autonomia, identidade cultural e protagonismo indígena. Representado por Alexandre Zoró, o projeto mostrou que a produção de castanha-do-Brasil, quando aliada ao saber tradicional e ao fortalecimento comunitário, vai muito além da geração de renda: torna-se uma estratégia de resistência e valorização do território. “Atuamos dentro da bioeconomia com foco no extrativismo, principalmente por meio da castanha. É um trabalho que resgata saberes, gera autonomia e mantém viva a conexão com nossa terra”, afirmou Alexandre durante sua fala no seminário. A iniciativa integra a cadeia produtiva da sociobiodiversidade com respeito à cultura do povo Zoró, fomentando práticas sustentáveis e alianças com parceiros que valorizam a floresta em pé. O case mostrou como projetos indígenas são essenciais para o fortalecimento da bioeconomia amazônica com justiça social e ambiental. Foto: Agência Nexo
Mês: agosto 2025
Pronatus transforma biodiversidade em cosméticos funcionais e acessíveis na Amazônia
Durante o Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado em junho no espaço e-Amazônia da UFAC, uma das histórias que mais chamou atenção foi a da Pronatus do Amazonas Beleza e Cosméticos. Com quase 40 anos de atuação no mercado, a empresa foi apresentada como um case de sucesso da bioeconomia amazônica, destacando-se por unir conhecimento técnico, saberes da floresta e inovação no setor cosmético. Fundada pelo farmacêutico Evandro da Silva, a Pronatus nasceu do sonho de desenvolver uma linha de produtos que traduzisse a riqueza da biodiversidade amazônica em cosméticos eficazes, populares e comprometidos com a saúde e o meio ambiente. A empresa aposta em fórmulas com propriedades terapêuticas, produzindo itens como shampoos, sabonetes, óleos de massagem e outros produtos à base de ingredientes da floresta. O diferencial está na abordagem conhecida como “cosmético funcional”, ou “cosmecêutico”, conceito ainda não regulamentado pela Anvisa, mas que acompanha uma tendência crescente no mercado global. “Trabalhamos com o que chamamos de cosmético funcional. É ciência aplicada à biodiversidade, com um propósito social e ambiental claro”, explicou Evandro durante sua participação no seminário. A presença da Pronatus no Txai Amazônia reforçou que a valorização da sociobiodiversidade pode gerar soluções de bem-estar e promover desenvolvimento econômico com identidade regional. Com raízes profundas no Amazonas, a empresa é exemplo de como a floresta pode inspirar negócios inovadores e comprometidos com o futuro sustentável da região.
Amazonly Cosmetics apresenta modelo de inovação com base na floresta em pé no Txai Amazônia
No segundo dia do Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado em junho em Rio Branco (AC), a Amazonly Cosmetics se destacou como um dos exemplos mais sólidos de como a bioeconomia amazônica pode aliar inovação, sustentabilidade e geração de renda com respeito aos saberes tradicionais. Fundada no Amapá, a empresa foi apresentada por José Cláudio Balducci, que compartilhou a trajetória da marca na extração de óleos e manteigas vegetais a partir de insumos provenientes de comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e tradicionais. “Nosso trabalho é com os extrativistas, com quem está na floresta. Levamos esses saberes e recursos para dentro da indústria com responsabilidade e retorno para as comunidades”, afirmou Balducci durante sua fala no seminário. Com foco em pesquisa, desenvolvimento e inovação, a Amazonly atua com rastreabilidade das sementes, origem certificada dos insumos e produção de cosméticos 100% puros e naturais. A empresa investe em certificações como a orgânica e constrói parcerias que valorizam a floresta em pé e o protagonismo das comunidades tradicionais na cadeia produtiva. A participação no Txai Amazônia reforçou o papel da Amazonly como uma referência na aplicação prática dos princípios da bioeconomia, mostrando que é possível conciliar desenvolvimento econômico com conservação ambiental e justiça social.